[reflexão]

[segunda-feira | 26.10.2020]

Reflete sobre a tua vida. Eu reflito sobre a minha.

Ouve o que dizes aos outros e nunca esqueças que mais de metade desses conselhos ou desses comentários são reflexo da tua própria vida, dos teus próprios desejos, das tuas próprias frustrações, dos teus próprios medos. Princípio da psicologia.

Gosto de construir o meu caminho. Gosto de alcançar os objetivos que traço para a minha vida. Gosto de dar cabeçadas nos muros que me são colocados à frente pois só assim conseguirei desviar-me e seguir a minha rota.

Gosto de ouvir o que me dizem, o que me aconselham, afinal somos feitos de tudo o que experimentamos, das pessoas que conhecemos e dos sentimentos que vivemos.

Com a idade e aquilo que ela nos vai trazendo, o filtro é cada vez mais redutor, a rede é mais fina e pouca coisa já passa por ela. Já muita coisa que me afetou no passado, que agora não afeta mais. As prioridades são outras e a forma como lutamos por elas, também.

A forma como vivemos a nossa vida é toda uma mutação, uma moldagem, uma adaptação. Não te acomodes. Adapta-te, mas não te acomodes ao que te prende e não te traz felicidade ou te dá apenas uma felicidade disfarçada de conforto. Ninguém cresce na acomodação.

Entendam das minhas palavras aquilo que quiserem.

As palavras são minhas, a interpretação é tua.

A vida é minha. A opinião que tens dela, é tua.

Talvez não me conheças bem ou se pensas que me conheces bem, talvez te enganes porque só conheces de mim, aquilo que eu deixo que conheças. Sejas meu familiar, meu grande amigo, meu amigo ou então só conhecido.

Acumulam-se meses de vozes nos meus ouvidos, no meu cérebro, no meu coração. Algumas (vozes) entram e saem, mesmo sem vocês perceberem. Rio por dentro. Tudo o que acabaste de dizer, és TU. Quando vais reparar nisso? Quando deres a cabeçada no tal muro? Não sou eu que tenho que te dizer. Lá chegarás. Lá chegarão.

Gosto de te tratar por tu e por vocês, porque escrevo sobre e para ti, sobre e para vocês e sobre e para mim. Essencialmente para MIM.

Sei o que quero e acreditem que sei o que não quero para mim.

Sempre fui mais recatada porque gosto de estar no meu sítio. No meu sítio feliz, ainda que às vezes sombrio. Gosto mais de ouvir do que falar. Pretendo manter-me assim e proferir as minhas palavras apenas para quem as quer ouvir e não, não me esqueço nunca de me colocar no lugar do outro e isto não faz de mim nenhum ser superior, apenas empático.

Desconstruam-se e cresçam. Vão ser imensamente mais felizes. Saiam do beco. Ouçam. Reflitam. Filtrem. Avancem.

['I got this notion

In the deepest ocean']

Em atualização...

Olá a todos!

Estou a aproveitar esta quarentena para arrumar e atualizar definitivamente as minhas Folhas de Rascunho! Não deixem de passar por cá e deixar a vossa opinião!

Beijos! Fiquem em casa que isto passa num instante! Stay Safe.

S. S.

Paixão

Quando se passa oito horas a falar de uma paixão, chegamos a casa com vontade de mudar o mundo, com vontade de sermos melhores. Melhor pessoa, melhor professora, melhor mãe. Que dia enriquecedor! Que pessoas inspiradoras que este país tem! O cérebro borbulha de tanto estímulo recebido hoje! O coração palpita de emoção. Os olhos ficaram húmidos em certos momentos. "Todas as disciplinas constroem o nosso pensamento."
"Não leves para a sala de aula o PowerPoint, leva apenas o Power."
"Educar é distanciar e, quando necessário, aproximar e dar afeto."
"O segredo de educar está na vinculação afetiva."
"Be the change you want to see in the world." ♡
Na esperança de voltar a uma escola a cada ano que passa, sei que, ainda que não esteja afeta a nenhuma atualmente, tenho a minha missão com os meninos e pais que procuram a minha ajuda. O meu maior prazer é, sem sombra de dúvidas, vê-los crescer, evoluir e tornarem-se pessoas capazes e felizes! ✩ Que sorte a minha ter a melhor e mais nobre profissão do mundo. Que sorte a minha ter realizado o sonho de criança. ✩

Obrigada M.

Obrigada 2019 por teres sido tão intenso. Obrigada a ti, M. por me fazeres rir, chorar, dançar, cantar, gritar, suspirar. Este ano, M. fizeste-me (re)viver, ver, sentir, ouvir, refletir e (re)pensar. Este ano, M. transportaste-me ao meu eu primitivo, ao meu eu adolescente, ao meu tão profundo eu. Obrigada, M. por fortaleceres laços de amizade e proporcionares vivências tão inesquecíveis e gargalhadas tão memoráveis! Como é que há pessoas que ainda não compreendem o amor que sinto por ti, Música. 🖤

"Thanks you, Lisbon!"

Foi com este belíssimo vídeo, projetado no final do concerto, que os Metallica se despediram de Lisboa. Nós sabemos receber e eles sabem, sem sombra de dúvidas, agradecer e tocar no nosso coração, com toda a interação durante o espetáculo, com as palavras ditas no final e com este gesto por último! 🖤

T de Tiago, T de Tolerância

T de Tiago, T de Tolerância.
Tiago Miranda tem causado polémica nos últimos dias apenas e só por nos mostrar a sua arte, a sua perspetiva, o seu mundo, tão peculiar e diferente do da maioria de nós. Nós, os formatados.
Às vezes tenho a sensação que vivo em 1950, mas afinal estamos já em 2019! Ainda assim, persistem as mentalidades fechadas que não aceitam o que é diferente e criticam o que não entendem.
Defeito de personalidade ou defeito de profissão? Não sei. Desde pequena tive que lutar contra a diferença. Eu que nasci de uma mãe com 45 anos, eu que tinha pais que pareciam meus avós e irmãos que pareciam meus pais e que, por isso, era alvo de chacota por miúdos que não sabiam aceitar a diferença. Eu que fui tia aos 4 anos. Eu que era alta que nem uma girafa e que era mais cheia que o "habitual". Eu que nunca fumei e pouco ou nada bebi. Eu, um bicho estranho, diferente dos outros todos. Eu, Sónia Luísa, e não Sónia Isabel ou Sónia Alexandra, como as outras. Eu que tinha um pai analfabeto.
Eu que lido com centenas de crianças, pré-adolescentes e adolescentes no dia a dia. Eu que tenho que COMPREENDER por que motivo os miúdos se distraem com uma tesoura, por que estão revoltados, por que respondem mal, por que respondem bem, por que sorriem, por que choram. Eu, que tenho que ACEITAR o que eles escrevem, o que eles desenham. Eu, que não posso, de forma alguma, criticar os pensamentos destes jovens, porque eles são válidos, sempre, por alguma razão. Eu só tenho que perceber qual.
Que futuros adultos queremos criar? Quem queremos ser? O que queremos transmitir?
Temos a frase cliché, tão ausente de argumento. "Esta música não nos representa." O que nos representa afinal? É uma música que nos define? Não. É um estilo que nos define? Não. Os meus gostos, não me definem. Vocês não sabem se eu gosto dos "Telemóveis" e isso também não interessa a ninguém. O que gostava aos 20 anos, posso não gostar agora. O que eu aprecio agora, posso não ouvir aos 50. A arte muda e adapta-se às vivências. Por isso... TOLERÂNCIA minha gente.
T de Tiago, T de Tolerância.
C de Conan, C de Compreensão.

"Não gostes mais de mim"

Quando estava no último ano da faculdade (2003) tive uma colega de casa que foi vítima de violência por parte do namorado. Eu própria estive envolvida, involuntariamente, num dos episódios em que ela apanhou chapadas e murros naquele que parecia ser o mais longo corredor de um apartamento que eu já tinha visto. Eram os dois futuros professores de EVT.
Indescritível.
Assustador.
Medonho.
Estamos em 2019 e estas bestas continuam a sair impunes depois de matarem mulheres e crianças.

"Não gostes mais de mim"
Vale a pena ouvir o novo tema de Pedro Abrunhosa sobre esta temática, que nem tema deveria ser.